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O Sangue do Cordeiro, Sam Cabot (Tradução de Claudio Carina)
“Com uma dupla de heróis improváveis, este suspense religioso e sobrenatural apresenta mistérios históricos combinados a intrigas modernas. Uma coisa é certa: é um thriller de primeira categoria.” – Booklist “Este documento, querida amiga, vai abalar a Igreja.” Ao ler essas palavras em uma carta encontrada em um arquivo empoeirado, Thomas Kelly fica cético. O documento citado na correspondência está desaparecido, mas Thomas, padre da ordem dos jesuítas, duvida que exista algo com tal poder – até ser convocado ao Vaticano para iniciar uma busca desesperada por ele. Enquanto isso, diante de um conselho formado por seus superiores, Livia Pietro recebe instruções claras: encontrar um padre jesuíta recém-chegado a Roma e juntar-se a ele na procura da Concordata, um tratado que contém um segredo tão chocante que poderá destruir para sempre todo o povo de Livia. Enquanto pistas cifradas do passado lançam os dois em um universo traiçoeiro repleto de obras de arte, maquinações religiosas e conspirações, eles são caçados por pessoas capazes de tudo para achar o documento primeiro. Thomas e Livia, então, precisam correr para montar o quebra-cabeça capaz de redefinir os rumos da história e evitar o caos e a destruição que a revelação da Concordata poderá causar. Livia, porém, tem um segredo: ela e seu povo são vampiros. Com uma narrativa que remete ao estilo de Dan Brown e ao terror sobrenatural de Anne Rice, O sangue do cordeiro é uma viagem inesquecível a um passado inimaginável. **** Ele não estava preparado. E nunca poderia ter se preparado. Quando o Fogo começou a queimá-lo por dentro, entendeu isso. Eles já tinham discutido o assunto. Ela o havia alertado, recomendado paciência. Mas ele sabia o que queria. Ela queria o mesmo, ele sabia, e sua reserva era uma tentativa de protegê-lo. Não era errado, ele tinha certeza; pelo contrário, era a escolha que poderia aproximar um do outro com uma intensidade ainda maior que o amor e o vínculo que já partilhavam. No recinto escuro e silencioso, ela se inclinou sobre ele. Fez uma pequena pausa, mas não perguntou se ele tinha certeza; esse momento já havia passado. Roçou os lábios nos dele, que de repente foi tomado por uma ânsia de abraçá-la, de pressionar o corpo contra o dela, mas não se moveu. Não conseguia se mover. Ela segurou a mão dele. Beijou a palma e ele deixou escapar um gemido. Ela roçou os lábios de leve em seu pulso. Outro beijo, outro gemido. Em seguida, uma dor aguda e forte, uma queimadura que percorreu do ombro até as pontas dos dedos. Diminuiu tão rápido quanto começou, até desaparecer. O tempo passou, ele não sabia quanto. E agora aquilo. Em toda parte, em cada célula, uma calidez, uma radiação generosa e difusa começou, intensificou-se, cresceu. A sensação foi de alegria, júbilo. Enquanto aumentava, ele teve certeza de que estava em chamas, de que seria consumido pelo fogo interior. Depois, lentamente, o ardor esmaeceu. Ele olhou para ela com uma expressão de surpresa. Um perfume inebriante entrou pela janela aberta: os botões de magnólias, que antes ele não sentia. Em algum lugar ao longe, alguém tocava piano. Ele ouvia o instrumento. E ouvia a distância. Ele tinha se transformado.
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