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A Casa da Alegria, Edith Wharton (Tradução de Julia Romeu)
Clássico de literatura estadunidense e mundial, A casa da alegria retrata, através da história de Lily, a subjetividade feminina, o empoderamento e da própria construção do que é ser mulher no início do século XX.
O romance A casa da alegria é ambientado na Nova York do início do século XX, revelando a alta sociedade norte-americana e seus hábitos, desejos, segredos e ostentações. Em meio a essa realidade, encontra-se Lily Bart, uma jovem linda e bem educada que se vê desamparada financeiramente após a morte de seus pais. Ela é, então, acolhida pela tia, a única parente que se dispõe a ajudá-la, e passa a fazer o possível para se manter entre os grandes figurões da sociedade, embora suas condições não permitam que mantenha seus luxos.
Lily Bart, com sua personalidade afiada e um talento especial para ler as pessoas, vai se mantendo entre os ricos como uma espécie de bibelô, sendo convidada para festas, eventos, temporadas no campo e até viagens. Seu objetivo é, conforme sua criação lhe ensinou, encontrar um marido que possa arcar com seus luxos, e assim levar uma vida confortável, porém sem abdicar de sua felicidade. No entanto, sua idade já é considerada avançada para o casamento e suas condições de vida não passam despercebidas pelo seu grupo de amigos.
O romance representa as diversas restrições impostas às mulheres na sociedade, desde econômicas até morais. A protagonista Lily, em diversos momentos, se depara com a impossibilidade de ser tratada como igual pelos homens, em especial na área de negócios, e vê sua reputação arruinada por cometer atitudes simples como passear ou viajar sozinha na companhia de um homem. A casa da alegria apresenta as artimanhas que os homens podem construir, baseados na sua posição de poder, além das complexas relações de amizades por parte das mulheres, que, por vezes fragilizadas pela estrutura social de competição, podem cair na armadilha de tornassem inimigas.
Edith Wharton apresenta nesta sua obra-prima um pouco de sua vivência pessoal em meio à alta sociedade nova-iorquina e ilumina diversas críticas sociais, como o papel imposto à mulher na sociedade, a educação das mulheres voltada apenas para os objetivos matrimoniais e a desigualdade no tratamento entre os dois sexos. Lily Bart é uma protagonista forte e inesquecível, para ser amada e odiada, mas, acima de tudo, compreendida.
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