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O Passa-Paredes, Marcel Aymé (Tradução de Fernando Py)
O Passa-Paredes compõe-se de dez contos publicados durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Numa época em que o escritor, para sobreviver, apelava não poucas vezes para a escamoteação da realidade, Aymé deu largas ao pendor para o fantástico e o alegórico, ironizando a crescente degradação do homem, a decadência de costumes e da sociedade francesa de seu tempo. Num sentido restrito, poderia ser chamado de puritano e conservador. Porém, se atentarmos bem verificaremos que seu puritanismo nada mais é do que a tentativa de manter-se íntegro diante de um mundo, de uma civilização que parecia desabar diante das panzerdivisionen alemãs. Neste livro de contos, Aymé aborda temas essenciais à literatura de idéias: o da identidade pessoal em "As Sabinas", o da precariedade do tempo e sua manipilação em "O Cupom de Tempo", "O Decreto"; a mistura do fantástico ao real é cada vez maior, a ponto de serem abolidas as fronteiras entre um e outro, ou melhor, sere marcadamente fabtásticas certas narrativas como "O Oficial de Justiça". Em todos os contos insere-se o fantástico, quer seja no dom de atravessar sólidos, na história que dá título ao livro, quer na possibilidade de se multiplicar de Sabina, ou em pequenos detalhes como em "As Botas de Sete Léguas", cujo intenso lirismo o transforma num intenso poema. Em outros, é o tom de lenda que predomina: "Lenda Poldava", "O Cobrador de Esposas", p. ex. Mesmo quando se restringe mais ao real, Aymé introduz aqui e ali pitadas de fantástico: "O Provérbio" e "À Espera". Assim, Marcel Aymé se antecipou em muito à atual voga de literatura do realismo fantástico e é justo que deixe agora seu quase total esquecimento para ser relido e reavaliado com interesse pelo público brasileiro.
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