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Germinal, Émile Zola (Tradução de Francisco Bittencourt)
Cultuado por muito tempo como o romance por excelência das relações humanas no universo da organização dos trabalhadores, Germinal retrata os primórdios do que viria a ser a Internacional Socialista, constituindo simultaneamente um painel revelador da lógica patronal no início do capitalismo industrial. Sua enorme variedade de tipos humanos destaca-se ao compor um dos mais notáveis painéis sociais da literatura do século XIX. Publicado em 1885, o romance de Émile Zola narra uma épica revolta de mineiros na cidade de Montsou, onde estes se sublevam contra condições de trabalho draconianas. Enquanto as famílias operárias sofrem de fome e de penúria generalizada, a mina Voraz condena gerações de trabalhadores a cuspir carvão para obterem seu mínimo sustento. É lá embaixo, no subsolo, que surge a necessidade de se organizarem para sobreviver, e caberá ao recém-chegado Étienne Lantier profetizar novos tempos para a massa de carvoeiros que sufoca debaixo da terra. Na superfície, após escaramuças e tiroteios, a mobilização foge do controle do líder operário e os mineiros acabam retomando o trabalho para não morrerem de fome. Paralelamente, o niilista russo Suvarin engaja-se em operações de sabotagem de desenlace trágico, culminando com a destruição total da mina. Lantier acaba partindo para Paris, onde trabalhará pela organização dos trabalhadores.
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