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Coração, Natsume Soseki (Tradução de Junko Ota)
Coração, de Natsume Soseki, último e mais respeitado romance de um dos criadores da moderna literatura japonesa, é lançado em tradução direta por Junko Ota (que também assina as notas), e inclui prefácio de Roberto Kazuo Yokota e posfácio de Shoji Shibata, professor de literatura japonesa da Tokyo University of Foreign Studies. Coração é um livro que pulsa entre vários mundos: o mundo particular dos dois personagens principais e o da sociedade à sua volta; o mundo da cultura tradicional japonesa e o da modernização ocidentalizante; o mundo da política interna japonesa e o da política internacional. É, assim, um romance que capta as fortes pulsações desses mundos distintos no início do século XX, e reconstrói o modo como ecoam na vida dos dois personagens, “eu” e “professor” — como que indicando a tensão entre individualismo ocidental e coletivismo oriental, os personagens não têm nome. O livro se divide, com simplicidade, em três partes: “o professor e eu”; “meus pais e eu”; “o professor e o testamento”. Na primeira, “eu” narra sua amizade com o “professor” (que apesar de sugerir uma vasta experiência de vida, não a revela ao jovem amigo). Na segunda, “eu” parte de Tóquio de volta para sua cidade natal, em função da doença do pai (dando ensejo à descrição de suas relações familiares). Coincidindo com a morte do imperador, “eu” deixa, porém, o pai doente e retorna a Tóquio para receber a carta-testamento do “professor” (que constitui a terceira parte do livro, e na qual ele, enfim, revela sua história, incluindo disputas familiares por herança e um triângulo amoroso, com direito ao suicídio de um dos envolvidos — tudo bastante distante, portanto, do que indica a rígida etiqueta social nipônica). A simplicidade de estrutura, porém, se se reflete no estilo, esconde a grande complexidade de seu pano de fundo. Trata-se da era Meiji, que se iniciara com o fim do completo isolamento do Japão depois de três séculos. A nova solução para enfrentar o mesmo desafio da presença econômica e cultural ocidental, que levara ao fechamento do país trezentos anos antes, será agora radicalmente oposta: ocidentalizar-se rápida e profundamente. Pois se isto se revelava historicamente inevitável, que fosse realizado sob comando japonês — e não estrangeiro, como acontecera com o resto da Ásia. No Japão do início do século XX, ainda mais do que no resto do mundo, tudo que era sólido se desmanchava no ar. Todo esse pano de fundo histórico-sociológico-político-cultural se reflete diretamente na obra de Natsume Soseki, considerado seu melhor intérprete literário. E particularmente nesta que é tida como a sua obra-prima, e um dos marcos inaugurais da literatura japonesa moderna.
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